sábado, 11 de agosto de 2018

A SUA CAUSA É A MINHA CAUSA!


 
  

Estamos dentro de ministérios, aparentemente vivendo uma comunhão com os irmãos, dando a paz do Senhor, ou seja, agindo e fazendo tudo como manda o protocolo religioso e pior ocupando cargos eclesiásticos, mas não somos capazes de gerar em nós compaixão pelo outro, pela dor do outro, pela prova do outro. Isso não gera em nós o básico de ser um cristão que seria orar pelo a pessoa que está ao seu lado. Na verdade não precisamos ter intimidade com o nosso irmão em Cristo para orar por ele. Você já não teve aquela vontade de orar por nações, por lugares, pessoas que você nem conhece? Somos todos chamados a orar independentes de sermos ou não intercessores da igreja e não por nós mesmos, mas principalmente pelo outro; podemos dizer que seria um chamado básico para todos nós. Entendi esses dias que quando Jesus declarou Mateus 6:33 que buscássemos primeiro o Reino de Deus e sua justiça que as demais coisas serão acrescentadas estava ligado a nos doarmos primeiro ao nosso irmão, pelejar por ele, orar por ele, buscar para ele porque existem momentos que ficamos tão abalados com determinadas situações que não temos força para clamar e por isso precisamos de pessoas que faça isso por nós em nosso nome. As mães, avós, e cia. sabem muito bem como é clamar pelos seus. Quando oramos pelo outro de maneira voluntária, e em amor, Deus cuida das nossas coisas também. Quanto mais intimidade temos com o Senhor, mais Ele nos passa essas demandas por que Ele sabe que pode contar conosco, porque temos amor e principalmente sentimos compaixão pelo próximo sem esperar nada em troca. Fazemos por que amamos vidas, fazemos por que sabemos que Deus fez isso por nós primeiro e não é possível agradar a Deus agindo de forma diferente.

Jesus poderia ter não se despido de sua glória, poderia ter ficado quieto na dEle, mas se dispôs a cumprir uma promessa feita pelo Pai; que haveria salvação para a humanidade.  Ele agiu com simetria de caráter que foi uma expressão que li esta semana e se encaixou perfeitamente com o que eu estou querendo passar para vocês. A palavra simetria é definida como tudo aquilo que pode ser dividido em partes, sendo que ambas as partes devem coincidir perfeitamente quando sobrepostas. Em análise ao comportamento de Cristo enquanto esteve em nosso meio, Ele teve essa preocupação de usar e ser esta simetria para lidar com tantas situações adversas e antagônicas. Ele sabia como tratar de política, repreender o comportamento do seu povo que usurpavam dos menos favorecidos para acrescentar aos seus bolsos mais e mais recursos e mostrava a força de um leão; como também sabia lidar em amor com a mulher adúltera e que se colocava no lugar dos outros com a mesma facilidade que Ele amava o outro sem reservas. Ali Ele manifestava o seu lado cordeiro digamos assim, manso e compassivo, que se deixava que vinham até Ele da forma que estivessem para serem acariciados por seu afeto e compaixão. Comportamentos antagônicos entre a firmeza e indignação e a doçura  que coabitavam em Jesus e que faziam toda a diferença em seu tratar com a pessoa humana. As pessoas precisam desse tipo de amor. Do amor que encontra essa simetria do caráter de Cristo e permite que sintamos indignação por atitudes erradas e compaixão, misericórdia, amor pelas demandas do nosso irmão. Um amor que lança fora todo o medo e que nos une mesmo que não fisicamente juntos a dor do outro. Essa simetria que devemos e querer ter, porque como todos sabem não somos obrigados a nada, mas colhemos o que plantamos. 

Um fato inegociável é o que está descrito em 1 João 4:20-21 "Se alguém declarar: Eu amo a Deus!, porém odiar a seu irmão, é mentiroso, porquanto quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não enxerga. Ora, Ele nos entregou este mandamento: Quem ama a Deus, ame de igual forma a seu irmão!". Muitas pessoas podem querer entender essa passagem bíblica como sendo algo que não acontece com elas, porque não odeiam pessoas, mas quando deixamos de ser corpo e de orarmos uns pelos outros, ou se preocupando somente em pedir oração para nossas causas e não orar pelo outro na verdade não estamos amando a Deus e esse versículo cabe como uma luva para  nós. Agora vou te fazer umas perguntas e tenha a coragem de responder a si mesmo, mas seja deveras sincero: Quando Deus pede que você ore pelo seu irmão sem te dizer o porque, você obedece ou você fica querendo assuntar sobre o que está acontecendo na vida dele primeiro? Você se coloca no lugar do outro? Você sente a dor do outro? Você costuma tirar um tempo do seu dia e se lembrar que você faz parte de um corpo maior e que tem alguns "órgão" precisando de uma atenção especial? Como você quer as bênçãos de Deus sem pagar o preço? São só seus pastores e líderes que precisam pagar por você? Não é bom acordar de madrugada e ligar para seus pastores e ter a certeza que você não ouvirá "Esse telefone está desligado ou fora da área de cobertura", porque o telefone dele nunca pode ser desligado para te atender. E o seu agora nos grupos de WhatsApp quando alguém pede oração, você para o que está fazendo para atender aquele pedido de ajuda ou pensa assim, agora não posso depois eu oro? 

Posso afirmar que estamos muito aquém das expectativas de Deus, mas mesmo assim Ele continua nos amando. Ele continua tendo misericórdia de mim e de você todos os dias e cuidando para que não venhamos a tropeçar pelo caminho. É uma escolha amar e ter compaixão, mas para aqueles que se dizem cristãos isso é o básico do básico. Sentir a dor do outro é sentir o que Jesus sentiu por nós na cruz, porque Ele sentiu as nossas dores, doenças, pecados, e mesmo assim movido em compaixão se entregou por amor a nós. Hoje não somos mais crucificados no madeiro, mas se não sentimos e nem partilhamos dessa simetria divina que nos capacita a sermos usamos por Deus para abençoar o nosso irmão não estamos vivendo o que Deus tem para nós.



Cristina Miranda - Espaço Elohim

2 comentários:

  1. É verdade a amar ao próximo como a si mesmo. Mandamento é. E o amor precisa ser mostrado com ações não apenas de boca.

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  2. A Paz querida!

    Isso é uma grande verdade. Se a sua dor não for a minha dor o evangelho que seguimos é falso.

    Conte sempre comigo!

    Cristina Miranda

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Obrigada e Fique na Paz!

Cristina Cunta - Espaço ELOHIM