terça-feira, 27 de novembro de 2018

MUDANÇA





Já aconteceu com vocês de ter lido um livro a muitos anos que estava escondido no fundo da gaveta e vocês se dão conta que precisam ler novamente mesmo sabendo da história? Pois bem, isso aconteceu comigo esta semana quando estávamos estudando sobre Esmirna na nossa Escola Apostólica Profética, ou para outros a EBD. Prestando atenção aos detalhes da ministração da aula e que por "Jesuscidência" o culto daquele domingo era voltado para Missões, não tive como não ficar com o estudo feito na minha mente e fazer uma reflexão aqui junto com vocês. As cartas de Apocalipse foram direcionadas as 7 Igrejas de grande proeminência na Ásia naquela época e basicamente todas tiveram o dedo de Paulo nelas. Esmirna assim como as outras também recebeu um carta do Pai os levando ao encorajamento para serem fiéis até a morte, pois a mesma era a Igreja Perseguida. Falou-se muitos sobre as igrejas de hoje que ainda são perseguidas na famosa localidade conhecida como Janela 10/40, onde é proibido com pena de morte falar, pregar e ler sobre Jesus. Na época de Esmirna o Estado fazia as honras dos algozes dessa igreja juntamente com os judeus que os delatavam e caluniavam sobre eles. A crueldade não tinha precedentes, aliás a crueldade humana é um ponto muito sensível em nossa sociedade, pois os grande massacres da humanidade foram feitos com requintes de maldades, exemplo o massacre na Segunda Guerra aos judeus e a história do Campo de Concentração de Auschwitz na Polônia. A Essência do homem é de ser a imagem e semelhança de do Criador, mas a sua natureza é por vezes desumana e deveras cruel. Fico imaginando como pode uma pessoa colocar alfinetes de fraldas na boca de outra pessoa, agulhas de costuras entre as unhas e tantas outras atrocidades em seu semelhante pelo simples fato de falar de Jesus? Para nós brasileiros e que podemos professar a fé que desejarmos isso soa até como ridículo e inalcançável, mas a realidade não ficou nos tempos do 70 a 90 dC e sim nos persegue até hoje. Por uma espécie de egoísmo não procuramos nem saber, nem ler, sobre tais ocorrências, porque vivemos "num país tropical e abençoado por Deus e bonito por natureza" e para que mexer com o que não nos atinge? Pra quê falar sobre igreja perseguida, pra quê estudar sobre, pra quê querer entender e ajudar sobre algo que não faz parte do nosso cotidiano de liberdade religiosa? 

Aí é que está...Temos a liberdade, mas estamos sabendo usar dessa liberdade para levar a salvação ao que está ao nosso lado? Estamos usando do fato de poder manusear a Bíblia de cabo a rabo em diversas formas, tamanhos, tipos, editoras, para edificar a nós e depois edificar o outro? Estamos construindo conhecimento que seja capaz de mudar em nós e impactar os que estão a nossa volta? Agora eu falo sobre o tal livro que li não me lembro o ano mas a publicação dele é de 2005 e se chama O Homem do Céu - A História emocionante de um cristão chinês que levou a sua fé as últimas consequências. Já pelo título podemos imaginar que tem muita informação e experiência nas quais não temos a menor noção do que seja e quando falamos da China falamos de um país que mais persegue os cristãos até hoje, mas os dez principais países desse ranking, segundo o site do portal Portas Abertas Brasil são: Coreia do Norte, Somália, Afeganistão, Paquistão, Sudão, Síria, Iraque, Irã, Iêmen e Eritreia. A história do Irmão Yun é muito comum dentro desses países citados, mas para nós pode parecer até um conto da Dona Carochinha. E o mais surpreendente de ler o livro foram os relatos dos livramentos e milagres que aconteciam diariamente com eles. Mas uma coisa foi dita no culto de missões que chamou a minha atenção foi "Jesus veio somente para salvar; Ele não veio para curar, libertar, restaurar, Ele veio para salvar a humanidade e fazer com que ela se volte para Ele. Curar, libertar, e etc, foi por um amor tão grande que Ele tinha que nos presenteou com tais coisas e nos permitiu ver e viver muitos milagres. O fato de sermos salvos já nos dava condição de sermos curados, libertos e restaurados, pois na verdade foi um bônus da salvação". Agora pergunto-vos... Mesmo salvos conseguimos viver esse bônus dado por Jesus? Ou vivemos presos em nós mesmos e não conseguimos romper com os limites e reagir a mudança que a salvação nos dá? E o que seria essa salvação? Segundo o site respostas.com.br a salvação é o livramento de uma situação muito ruim. Na Bíblia, a salvação de refere principalmente à libertação do pecado e todas as suas consequências. Somente Jesus nos pode salvar do pecado. A salvação implica que estamos em uma situação ruim e precisamos de uma mudança para melhor. Também implica uma ação propositada de alguém (o salvador) para trazer essa mudança. A salvação é completa quando a situação está mudada e o perigo ou o problema foi completamente eliminado.

Sabe o que é mais triste disso tudo? É ver que não se prega mais sobre salvação, que não se prega a Verdade, que não se prega sobre mudança, que não se prega o Evangelho nas igrejas de hoje e posso dizer no Brasil. Esse mesmo Irmão Yun conseguiu sair da China e conhecer as igrejas do Ocidente e ficou estarrecido com a frieza espiritual na qual elas se encontravam. Alguém já viu isso por ai? Ninguém viu isso? Templos nababescos, com estruturas faraônicas, mas um lugar vazio da presença de Deus... Não! Não existe isso não... Estudando sobre a Igreja Perseguida percebi que o que falta nos dias de hoje em nossas igrejas é perseguição, a certeza de que temos a liberdade de falar de Deus, nos faz nos acomodarmos em não falar de Deus. Quanto mais perseguidos, mais provados, mais nos voltamos para Deus, mais oramos, mais clamamos e isso é algo que não vemos ao nosso redor. No filme Até o Último Homem o personagem principal orava a Deus e pedia "Permita que eu salve mais um..." em meio a um campo de batalha na Segunda Guerra Mundial e ele fez dezenas de vezes num curto período de tempo. O pedido de salvação ali não era de almas, mas sim de vidas em meio a uma guerra atroz, mas a atitude dele de não deixar ninguém para trás tocou a muitos e de alguma maneira eles ouviram falar de Deus. Em meio a guerra, luta, morte e dor, ele não usou arma de fogo, ele usou a Deus como sendo seu escudo e broquel. Os milagres e livramentos ocorrem quando mudamos o foco em nós mesmos e voltamos para o outro, principalmente para aquele que não conhece a Cristo. 

As palavras do irmão Yun sobre este estado letárgico em que vive a Igreja Ocidental é descrita assim: 
"Antes de conhecer o Ocidente, eu não fazia a menos ideia de quantas igrejas vivem adormecidas espiritualmente. Presumi que todas eram fortes e vibrantes, pois, afinal, levaram o evangelho ao meu país com grande fé e tenacidade. (...) Houve ocasiões em que tive dificuldade para pregar em igrejas ocidentais. Parece que falta alguma coisa e isso me traz um sentimento horrível. Muitas reuniões são frias e destituídas do fogo e da presença de Deus que temos na China. Apesar da abundância de bens materiais, muitos cristãos do Ocidente vivem na APOSTASIA. Possuem ouro e prata, mas não se levantam nem andam em nome de Jesus. Na China, não temos bens que nos prendam, então nada nos impede de avançarmos pelo Senhor. A Igreja chinesa assemelha-se a Pedro na Porta Formosa. Ele viu um mendigo aleijado e disse: Não possuo nem ouro nem prata, mas o que tenho isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! (Atos 3:6). (...) No Ocidente, vejo templos belíssimos, possuem equipamentos caros, carpete macio e sistema de som de última geração. Posso afirmar, sem nenhuma sombra de dúvida, que a igreja ocidental não precisa construir nem mais um templo sequer. Edifícios nunca trarão avivamento. Andar a cata de mais bens jamais resultará em avivamento. Jesus declarou com toda razão: A vida de um homem não consiste na abundância dos bens que se possui (Lucas 12:15). O primeiro passo a ser dado para que haja um avivamento é voltar à Palavra de Deus. Nas igrejas do ocidente, falta a Palavra de Deus. (...) Falta não apenas conhecimento da Palavra de Deus, mas também obediência a ela. (...) Quando o Senhor se move no ocidente, parece que as pessoas querem parar e desfrutar da presença e das bênçãos dele por tempo demais. Depois, constroem um altar as suas experiências.  (...) Todos os avivamentos genuínos do Senhor resultam em crentes agindo para conquistar almas. Quando Deus se move realmente no coração de uma pessoa, ela não consegue permanecer calada. Sentirá fogo nos ossos, como Jeremias disse: A tua mensagem fica presa dentro de mim e queima como fogo no meu coração. Estou cansado de guardá-la e não posso mais aguentar (Jeremias 20:9). Além do mais, só quando partimos em obediência e compartilhamos o evangelho com os outros é que passamos a ver a bênção de Deus em todas as áreas da nossa vida."

Muita coisa precisa mudar em nós depois de ler o trecho desse livro. Muita coisa precisa mudar em nós para que possamos sermos cristãos de verdade, apostólicos e proféticos. Muita coisa precisa mudar enquanto pensarmos que por termos liberdade não precisamos nos preocupar com o outro. Muita coisa tem que mudar se não valorizamos aquilo que temos que é a liberdade de cultuar ao Pai. Muita coisa precisa mudar em nós para podermos declarar que somos a Igreja de Cristo; a Noiva tão amada em que Ele anseia apaixonadamente pelo o dia em que Ele virá buscá-la. Muita coisa precisa mudar. 


Cristina Miranda - Espaço Elohim

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Cristina Cunta - Espaço ELOHIM